O ciclo de concessões de rodovias no Paraná entra na reta final, movimentando um total de quase R$ 85 bilhões em investimentos privados e redesenhando o mapa logístico da região Sul do país.
Desde o lançamento do programa, em 2023, quatro dos seis lotes previstos já foram leiloados, abrangendo mais de 3.300 quilômetros de rodovias estaduais e federais.
Os dois lotes restantes — de 627 km e 431 km, respectivamente — serão licitados ainda neste mês de outubro.
As empresas vencedoras terão a responsabilidade de executar obras de duplicação, melhorias na pavimentação, implantação de vias marginais e novos contornos.
A expectativa é que essas medidas devem ampliar a segurança e reduzir gargalos históricos em corredores de escoamento fundamentais para o transporte de veículos, cargas industriais e produtos agrícolas.
Para o presidente do Sinaceg, José Ronaldo Marques da Silva, o Boizinho, os investimentos representam um divisor de águas na malha rodoviária paranaense.
“Há anos o setor de transporte reivindica rodovias mais seguras e eficientes. Esses contratos trazem a perspectiva de uma infraestrutura à altura da importância econômica do Paraná. Investir em duplicação e manutenção não é apenas uma questão logística — é também uma medida de segurança e de valorização da vida nas estradas”, destaca.
O Lote 6, considerado o mais expressivo do programa, prevê R$ 20,2 bilhões em aportes para duplicar cerca de 70% dos 662 quilômetros sob concessão, com obras em trechos estratégicos das BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483.
Já o Lote 3, com 570 km, integra o Corredor Norte, conectando o interior do estado ao Porto de Paranaguá e aos mercados de Santa Catarina e São Paulo.
Segundo Douglas Santos Silva, vice-presidente do Sinaceg, o impacto positivo deve ser sentido em toda a cadeia produtiva.
“Rodovias em boas condições reduzem custos operacionais, melhoram o tempo de viagem e evitam acidentes. Para quem depende do transporte rodoviário, isso significa eficiência e previsibilidade. O desafio agora é garantir que os cronogramas sejam cumpridos e que as obras tenham fiscalização permanente”, afirma.
Com a conclusão dos últimos leilões — previstos para os dias 23 e 30 de outubro —, o Paraná consolidará um dos maiores programas de concessões do país, com contratos de 30 anos de duração e previsão de geração de empregos diretos e indiretos em diversas regiões do estado.
“O setor de transporte é um dos que mais sentem o peso da precariedade das estradas. Por isso, acompanharemos de perto o andamento dessas obras e a qualidade dos serviços prestados. Uma rodovia bem administrada beneficia toda a sociedade”, completa Boizinho.