Graças à adesão de Santo André ao programa Cidades Verdes Resilientes, que ocorreu em abril deste ano, o município garantiu investimento de R$ 1,5 milhão do Ministério das Cidades para implantar iniciativas de Soluções Baseadas na Natureza no Núcleo Nova Centreville, na região dos bairros Centreville e Vila Homero Thon.
Durante a COP30, em Belém, o financiamento dessas intervenções, que utilizam processos e ecossistemas naturais para mitigar ou resolver problemáticas ambientais, foi chancelada pelo secretário Nacional de Periferias, Guilherme Simões Pereira.
As melhorias para a comunidade Nova Centreville serão desenvolvidas pelo coletivo MDDF (Movimento de Defesa dos Direitos dos Moradores de Favelas de Santo André), entidade selecionada por meio do primeiro edital Periferias Verdes Resilientes, em parceria com as secretarias de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e de Desenvolvimento Urbano e Habitação.
“Nós sabemos que as pessoas mais atingidas, que mais sofrem com os impactos das mudanças climáticas, são as mais pobres. É a população que vive nas periferias. Discutir política pública e levar também uma parceria com as organizações da sociedade civil para criar ações de Soluções Baseadas na Natureza, de políticas públicas de adaptação climática, é fundamental”, disse Guilherme Simões Pereira.
O projeto executado pela entidade MDDF, que atua há quase 40 anos com políticas de habitação, cultura, educação e meio ambiente nas periferias de Santo André, levará para a região da comunidade Nova Centreville a implantação de canteiros pluviais, sistemas de captação e armazenamento de água da chuva, ações de arborização urbana, além de atividades de educação ambiental e construção de um novo Quintal Verde, potencializando iniciativas de agroecologia e compostagem de resíduos orgânicos.
Presente no evento da COP30 que chancelou parceria do município ao programa Cidades Verdes Resilientes, o secretário de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas de Santo André explicou que o projeto desenvolvido pelo MDDF contribui com o avanço de “políticas de mitigação de gases de efeito estufa, adaptação e resiliência climática em uma área com baixa permeabilidade, onde há incidências de alagamentos e de outros problemas ambientais, como pontos de descarte irregular de resíduos”, disse Edinilson Ferreira dos Santos.
Iniciativas que já ocorrem na região, como o programa Moeda Verde, que troca recicláveis por alimentos, também podem ser fortalecidas, além da implantação de hortas comunitárias, em linhas de transmissão de energia, potencializando o reaproveitamento de resíduos, a promoção da segurança alimentar e o desenvolvimento econômico comunitário.
Haverá oficinas que integram formação teórica, atividades práticas e planejamento de gestão comunitária, com o objetivo de capacitar a população local para a implantação, manutenção e monitoramento de arranjos em Soluções Baseadas na Natureza.
Santo André foi a única cidade do estado de São Paulo que teve uma entidade da sociedade civil com proposta selecionada no edital Periferias Verdes Resilientes, do Ministério das Cidades.
O projeto terá 18 meses de execução.







