O Salão de Exposições do Paço Municipal de Santo André abriu terça-feira (4) a mostra ‘Reflexos de 22’. Trata-se de mais uma ação da Secretaria de Cultura para celebrar o centenário da Semana da Arte Moderna de 1922. Organizada através da Casa do Olhar Luiz Sacilotto, a exposição reúne série de materiais que mostram como se deu a construção do modernismo nestes 100 anos. Visitas gratuitas de segunda a sexta, das 10h às 17h, até 4 de novembro.
A exposição ‘Reflexos de 22’ apresenta um conjunto de imagens, documentos, textos e áudios, mostrando como o modernismo vem sendo construído por sobreposições, colagens, resíduos, fragmentos de diferentes movimentos e referências ao longo do tempo, do arcaico ao popular, da cultura erudita à cultura de massa, do experimental ao pop, numa configuração caleidoscópica e num processo de escrita e reescrita.
Idealizador da exposição, o responsável pela Casa do Olhar Luiz Sacilotto, Reinaldo Botelho, explica que no centenário da Semana da Arte Moderna de 1922 diversas atividades ocorrem no Brasil e no mundo acerca daquele movimento. “Nós da Secretaria de Cultura de Santo André e da Casa Olhar Luiz Sacilotto pensamos este projeto ‘Reflexos de 22’ para entender como isso influenciou nas diversas áreas da cultura, seja o cinema, na arquitetura, na literatura, além do pensamento social e econômico e político”, afirma.
Entre os materiais que compõem a mostra, capas de discos, livros, pôsteres, fotos e revistas e outros. Entre eles, exemplares da revistas Klaxon (SP), e Verde (MG), além do livro Homenagem a Manuel Bandeira (1956) e o LP Panis et Circensis (1968), que reuniu nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes, entre outros. Do acervo da cidade estão expostas obras de Luiz Sacilotto, Geraldo de Barros, Antonio Henrique do Amaral e Lothar Charoux.
No espaço do Salão, os materiais expostos misturam temas como arquitetura, Tropicália, Marginália, poesica concreta, Nova Objetividade Brasileira, Cinema Novo, Música Viva, Tetro Experimental e o período que compreende as últimas décadas, a partir dos anos 1980. Neste último, por exemplo, está o Manifesto Manguebeat, movimento de contracultura do início dos anos 1990 em Recife e que combinou gêneros musicais como o rock e o hip hop a regionais como o maracatu.
“A ideia principal de ‘Reflexos de 22’ é mostrar que o modernismo brasileiro, desde sua origem até hoje não é puro, não é linear. Ele é sobreposto, ele é revisto, ele é apagado e reescrito, copiado e recopiado”, finaliza Reinaldo Botelho.
Outros eventos – A exposição ‘Reflexos de 22’, organizada pela Casa do Olhar Luiz Sacilotto, é mais uma ação da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Santo André para celebrar o Centenário da Semana Moderna de 1922. Outras atividades foram ‘Memórias de 22’, realizada pela Rede de Bibliotecas de Santo André, que reuniu painéis com trechos de obras e artigos de jornais entre os anos 1920 e 1950; a exposição de caricaturas de personagens da Semana de 22 produzidas pelo cartunista Fernandes, no Cine Theatro de Variedades Carlos Gomes; e o Projeto Brasil de 22 a 22, da Orquestra Sinfônica da cidade que a cada mês apresenta composições inéditas.
Serviço:
Exposição ‘Reflexos de 22’
Visitas de 4/10 a 4/11, de segunda a sexta, das 10h às 17h
Salão de Exposição do Paço Municipal
Praça IV Centenário, s/nº, Centro
Indicação: livre
Entrada gratuita