A 1ª Feira Inclusiva de São Bernardo ficou marcada por ações efetivas de políticas de valorização dos direitos da pessoa com deficiência, atraindo público de mais de 1.000 pessoas. Com robusta estrutura e organização, o evento pioneiro realizado nesta quinta-feira (21), sob o lema “São Bernardo abraça o que torna a gente único”, reuniu uma grande variedade de atividades e importantes serviços nas dependências do Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib, na Avenida Kennedy, 1.155.
A Feira Inclusiva se deu em alusão ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, concretizada em local adaptado para assegurar acessibilidade do público com os diferentes tipos de deficiência, incluindo intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais) e materiais em braile. Neste cenário, o evento teve como carro-chefe a oferta de cerca de 350 vagas exclusivas de emprego para PCDs, distribuídas por 22 empresas participantes, entre elas Magazine Luiza, Hospital Santa Marcelina, Construtora Patriani, SPMar, Tegma Logística, Burger King, Armando Veículos e Rede D’Or.
“Uma feira inovadora no Estado com o conceito da inclusão, a primeira edição nestes moldes na cidade, e que já começa com sucesso, bom público, o que mostra, claramente, o desejo da população em receber um serviço agregado como esse do evento. Além do combo de atividades, a ação traz ainda parceria com a iniciativa privada, por meio das vagas de emprego e oportunidades, visando tornar São Bernardo cada vez mais acolhedora, humana e solidária”, pontuou o prefeito Orlando Morando, que designou a missão de consolidar nova edição em 2024.
Analista de gestão de pessoas do Hospital Santa Marcelina, Tatiana Pimenta destacou que atua na instituição com foco em profissionais com deficiência, e que já deu encaminhamento para seleção prévia de candidatos às vagas, como escriturário administrativo, farmacêutico e auxiliar de cozinha. “Conseguimos identificar alguns candidatos em potencial que serão chamados para entrevista, no período entre 7 e 15 dias. Dizer da alegria em participar deste evento no Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. É gratificante atender esse público. A inclusão faz parte do propósito do Santa Marcelina, que é acolher para incluir. Agradecemos essa oportunidade.”
Professora e mãe de jovem com Síndrome de Noonan, Denise Rodrigues enalteceu a iniciativa da Prefeitura, considerando a feira de “suma importância” até como forma de “abraçar e ser abraçado, para sentir-se inserido na comunidade e compartilhar os outros tipos de deficiência”. “Evento de grande significado, especialmente, para conscientizar as pessoas que não vivem a realidade exposta aqui. A oferta de empregos é fantástica. Tenho essa preocupação com o ser humano. As pessoas, às vezes, não sabem o local adequado para buscar oportunidades. Esse conglomerado de empresas ajuda muito.”
Devido à síndrome, a filha de Denise, Fernanda Rodrigues Barbosa, de 20 anos, apresenta características de nanismo – tem 1,39m – e foi obrigada a passar por transplante de coração. Oriunda de Muriaé (MG), ela hoje mora no bairro Rudge Ramos com a mãe, região que facilita o acesso para o tratamento pós-cirúrgico.
“Sem dúvida, iniciativa muito importante. Primeiramente, porque não é algo que as pessoas costumam se lembrar caso não sejam PCDs. Essa ação, além de fazer com que as pessoas se sintam incluídas, mostra às outras pessoas – àqueles que não tem acesso a esse conhecimento – o que PCDs apresentam como particularidades, diferenças, que não os tornam menos, não é motivo de exclusão e sim uma característica que deve ser atendida, para promover, de fato, a igualdade entre os cidadãos”, frisou Fernanda.
SERVIÇOS – Foram disponibilizadas áreas para emissão da Carteira Municipal de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Cartão Nacional Defis, além de agendamento para o Cartão Legal especial e do Cartão Top. Houve ainda postos de atendimento do CadÚnico e INSS, serviços de atendimento jurídico, assessoria para consórcio automotivo PCD, manutenção preventiva de cadeiras de rodas, bem como diversos serviços de saúde e atividades de esportes e recreação.
De acordo com a última atualização da Base da Dados da Pessoa com Deficiência, do governo do Estado, São Bernardo registrou, até 2021, 61,5 mil pessoas com algum tipo de deficiência (visual, motora, mental/intelectual e auditiva).
A reportagem do ABC em OFF acompanhou.
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