O número de inadimplentes residentes no ABC caiu ‐0,80% na passagem de outubro para novembro. Na região Sudeste, na mesma base de comparação, a variação foi de 0,56%.
As informações são do novo estudo de inadimplência na região, realizado pela CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano do Sul, com o apoio da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC e dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O estudo, que fortalece as sete cidades no fornecimento de dados sobre a situação econômica dos moradores, mostra também que o número de devedores na região ABC cresceu 7,43% em novembro de 2023, em relação a novembro de 2022. O dado ficou acima da média da região Sudeste (4,06%) e acima da média nacional (3,55%).
Com relação à abertura por faixa etária do devedor, o número de devedores com participação mais expressiva de moradores foi o da faixa de 30 a 39 anos (25,28%). A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 50,52% mulheres e 49,48% homens.
Em novembro de 2023, cada consumidor negativado da região devia, em média, R$ 5.396,58 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 25,31% dos consumidores têm dívidas no valor de até R$ 500, percentual que chega a 37,44% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.
O tempo médio de atraso dos devedores negativados é igual a 26 meses, sendo que 38,43% dos devedores possuem tempo de inadimplência de 1 a 3 anos.
Já o número de dívidas em atraso de moradores, na passagem de outubro para novembro, caiu ‐0,97%. Na região Sudeste, nessa mesma base de comparação, a variação foi de 0,39%. Entretanto, cresceu 14,22%, em relação a novembro de 2022. O dado ficou acima da média da região Sudeste (9,16%) e acima da média nacional (8,42%).
O setor com participação mais expressiva do número de dívidas foi Bancos, com 71,62% do total de dívidas. Em novembro de 2023, cada consumidor inadimplente residente no ABC tinha em média 2,140 dívidas em atraso. O número ficou acima da média da região Sudeste (2,128 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (2,093 dívidas para cada pessoa inadimplente).
Para Alexandre Damásio, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de São Caetano do Sul, diversos pontos podem ser destacados no relatório. “O Desenrola não teve uma ação real na região, então há uma expectativa de uma melhor adesão nessa prorrogação do programa. Além disso, há um movimento importante de queda da inadimplência no trimestre, mas temos que continuar verificando, porque esse movimento também pode ser a incapacidade das famílias de comprar. Por fim, vemos que ainda é persistente o tempo de dívida, por isso em 2024 vamos trabalhar juntos feirões de dívidas e falar mais sobre educação financeira”, comenta Damásio.
Para o presidente da Agência, Aroaldo da Silva, embora haja um movimento de queda, não é perceptível uma melhora na renda da população. “Mesmo que tímida a queda na inadimplência, o dado nos mostra uma reação da economia. Entretanto, não percebemos ainda a melhora na renda dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil. Então, um dos pontos principais para o debate da inadimplência é a geração de empregos de qualidade, com renda de qualidade e digna. Junto a isso, vemos a necessidade de criarmos na região mecanismos para uma educação financeira para todos, visando melhorar os setores econômicos e para conseguirmos pensar o futuro do consumo”, destaca Silva.