Neste sábado (10) manifestantes ocuparam o Supermercado Assaí, em Diadema, em protesto contra a fome, a carestia e pelo fim da escala 6×1. O ato está acontecendo em mais de 20 estados do país, foi organizado pelo Movimento de Luta Nos Bairros Vilas e Favelas (MLB) e faz parte da campanha nacional “Mães Contra a Fome”.
Os manifestantes chegaram pela manhã com cartazes com frases pelo aumento do salário mínimo e redução do preço dos alimentos.
De acordo com dados de pesquisa do Dieese (Departamento intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos), 45% dos lares brasileiros são sustentados por salários que não ultrapassam o salário mínimo no Brasil (R$1518,00). Isso equivale a 12,8 milhões de lares em insegurança alimentar. Por outro lado, o preço da cesta básica de alimentos já supera o valor de R$ 800,00.
“A gente vai no mercado e tudo tá tão caro e não consegue comprar tudo, tem que comprar o mais necessário. Deixamos muitas coisas sem comprar com as coisas do jeito que tá”, afirma Lucineia Maria de Araújo na manifestação. Ainda acrescenta: “estamos aqui para lutar pelas nossas cestas, porque sabemos que esse mercado desperdiça um monte de comida”.
Enquanto o Brasil desperdiça 27 milhões de toneladas de comida por ano, 11 milhões de mães chefes de família, vivem a angústia de não saber se vão conseguir alimentar seus filhos.
Para se ter uma ideia da desigualdade existente hoje no Brasil, 55 bilionários concentram a mesma riqueza de 50% da população brasileira. Dentre eles, as empresas como Carrefour, GPS e Assaí faturaram mais de R$ 200 bilhões no ano de 2023.
Cristina Damásio, coordenadora do Movimento afirma na manifestação. “A fome é uma questão de classe e o sistema capitalista é o maior responsável por ela. Enquanto poucos acumulam fortunas, milhões sobrevivem com pouco e dependem de doações e até de resto de comidas. Por isso lutamos por um país onde comer não seja um privilégio, mas um direito”.