A construtora MBigucci deu mais um passo importante na área de responsabilidade social ao lançar o programa “Big Escudo”.
A iniciativa tem como foco a conscientização de seus colaboradores para que saibam identificar, prevenir e denunciar a violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes.
O lançamento do programa ocorreu com palestras informativas para colaboradores do escritório e das obras da construtora.
A ação tem o apoio e a parceria do Instituto Liberta, presidido pela advogada Luciana Temer, além de entidades do setor, como o Secovi e o SindusCon-SP.
Segundo levantamento do DataFolha, em parceria com o Instituto Liberta, 32% da população já foi vítima de alguma forma de violência sexual antes dos 18 anos, são 68 milhões de brasileiros que passaram por isso, mas apenas 11% dos casos são denunciados.
Para Luciana Temer este silêncio só beneficia o criminoso e precisa ser quebrado para enfrentar esta violência.
“Por isso é tão importante não se calar, tirar o tema de debaixo do tapete para conseguirmos políticas públicas, com investimento e inteligência nesse assunto”, ressalta a presidente do Liberta.
A diretora da MBigucci, Roberta Bigucci, reforça. “A criança não provoca, não consente e não mente sobre violência ou abuso sexual, acreditem nela. A informação é a melhor forma de prevenção e proteção, por isso, com apoio do nosso técnico de segurança no trabalho, Alesandro Brito, vamos levar essa informação e campanha a todos os nossos colaboradores, fornecedores e clientes”, explica Roberta. Para a diretora, a Construção Civil pode ser um grande disseminador de informação e denúncias. “Estima-se que só na cidade de São Paulo haja cerca de 800 canteiros ativos, se cada um tiver 100 colaboradores já serão milhares de multiplicadores”.
A palestra inaugural do Big Escudo na MBigucci foi ministrada pelo ex-policial e técnico em Segurança do Trabalho do Senai, Manoel Teixeira Lima Neto, que explicou aos colaboradores da empresa.
“Qualquer ato sexual de um adulto com menor de 14 anos é crime de estupro, pelo Código Penal. Já a exploração sexual ocorre quando um adulto oferece algo em troca de sexo com menores de 18 anos. Pode ocorrer em todos os lugares, e por qualquer tipo de pessoa. Geralmente, são aquelas acima de qualquer suspeita, conhecidos da família, ou familiares do convívio diário da criança.”
Violência sexual digital
A presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, e o ex-policial Manoel Teixeira alertam ainda que o estupro e a exploração sexual podem ocorrer também pela internet, por conversas em chats, mesmo que não haja contato físico.
Esse tipo de violência pode deixar marcas no corpo ou não, mas traz muitas consequências.
“É algo que vai além das cicatrizes físicas, machuca na alma e deixam marcas enormes. Se a vítima não for acolhida e tratada, ela vai carregar estas marcas para toda a vida”, ressalta Manoel.
Sinais de alerta
Fique atento à mudança de comportamento como medo, tristeza, agressividade, marcas físicas inexplicáveis, medo excessivo de um adulto específico, falar ou agir de forma sexualizada para a idade.
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2024 foram registrados 87.545 casos de estupros, a maioria das vítimas (61,3%) eram menores de 13 anos e 59% dos agressores são familiares da vítima.
Denuncie
Comunicar as autoridades é o primeiro passo para libertar a criança.
Disque 100 para denúncias anônimas 24h; 190 para Polícia Militar em casos flagrantes, que estejam ocorrendo no momento; 180 é o número que atende casos de violência contra mulheres e também crianças.
191 para Polícia Rodoviária em casos de violência sexual de crianças e adolescentes nas estradas.