A menos de dois meses do início do verão, época de maior incidência da dengue, a Prefeitura de Mauá reforçou as ações contra as arboviroses com a formatura da segunda turma de Brigadistas de Combate ao Aedes aegypti.
A cerimônia, realizada na sexta-feira (31), no Teatro Municipal, marcou a conclusão da capacitação de 102 servidores de cinco secretarias municipais (Saúde, Educação, Gabinete, Governo e Finanças), que agora se somarão aos 80 formados na primeira turma para atuar como multiplicadores no enfrentamento ao mosquito transmissor de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Além de desenvolverem atividades internas de prevenção dentro dos órgãos públicos, os brigadistas terão papel fundamental na orientação da população, disseminando informações sobre medidas simples que podem salvar vidas — como o cuidado com piscinas, a troca regular da água de animais de estimação e o descarte correto de resíduos.
A iniciativa integra um conjunto de ações contínuas que vêm sendo implementadas pela administração municipal e que têm se mostrado eficazes no controle da proliferação do Aedes aegypti.
Depois de um ano desafiador em 2024, quando Mauá registrou mais de 11 mil casos de dengue e 11 óbitos, a cidade colocou em prática série de ações na luta contra as arboviroses – a formação dos brigadistas é apenas parte de esforço mais amplo, envolvendo o Plano Municipal de Contingência, que articula diferentes secretarias para atuar de forma conjunta e eficiente no controle das doenças transmitidas pelo mosquito.
Os resultados são visíveis: 1.631 casos confirmados e nenhuma morte registrada em 2025.
Os novos brigadistas começarão suas atividades em 19 de novembro, após receberem login de acesso ao aplicativo que armazenará os dados das vistorias semanais – sempre realizadas às quartas-feiras –, com o objetivo de identificar criadouros, eliminar focos e interromper o ciclo de vida do mosquito.
Supervisora de controle de vetores da Secretaria de Saúde, Michelle Gama de Abreu destacou a importância da ação conjunta e da prevenção.
“Temos de redobrar os esforços para melhorar os números, apesar de a situação atual estar controlada em comparação ao ano passado. O trabalho em equipe está fazendo toda a diferença. O ideal é acabar com os criadouros, antes de a larva virar mosquito, ou então as ações serão para minimizar, não resolver, a situação”, afirmou.
Secretária adjunta de Saúde, Kátia Navarro Watanabe defendeu que o combate ao mosquito depende da mobilização coletiva.
“Diferentemente de quando enfrentamos a pandemia de Covid, que era algo totalmente desconhecido e não tínhamos informações a respeito, temos conhecimento sobre o Aedes. Sabemos como evitar as doenças, como adoecemos, como é o tratamento, como o mosquito se reproduz e como eliminamos o ciclo de vida dele. Hoje, sabemos nome, endereço e CPF do_Aedes aegypti_. Agora, precisamos agir e fazer nosso trabalho, tanto individual como coletivamente, pois a nossa tarefa é levar informação às pessoas e não deixar que esse mosquito traga ainda mais prejuízos para a sociedade.”
Representante do governo estadual, a educadora em saúde pública Maria de Lourdes Ladislau Martins dos Santos, que atua no Grupo de Vigilância Epidemiológica regional, ressaltou a importância do engajamento constante.
“A participação de vocês neste processo é muito importante. Esse mosquito é pequeno, mas causa um impacto enorme e pode levar à morte. A prevenção precisa ser contínua, dentro e fora do ambiente de trabalho”, alertou.
Já Alessandra Cristina dos Santos, gerente de Zoonoses do município, enfatizou que a união entre poder público e sociedade é o caminho para manter os bons resultados.
“O mosquito tem dado trabalho, mas seguimos firmes. A soma de esforços é o que vai garantir que Mauá continue apresentando números positivos”, disse.
“A vigilância é nossa melhor defesa. A dengue não é responsabilidade apenas da área da Saúde, mas de todas as secretarias e da sociedade civil”, acrescentou Fabiana Marinho de Macedo Vieira, coordenadora de Vigilâncias em Saúde de Mauá.






