A modernidade chegou à feira de Mauá — e com ela, uma nova forma de vender pastel. Na tradicional barraca Dora & Claudemir, o aroma do pastel frito e o barulho do óleo quente agora dividem espaço com o som suave de telas digitais. Os feirantes instalaram dois totens de autoatendimento, um recurso até então inédito nas feiras da cidade.
Permissionários há mais de 20 anos, Dorani Maria de Alcântara, conhecida carinhosamente como Dora, e o marido Claudemir Venâncio Moreira decidiram investir em tecnologia para aprimorar o atendimento. A iniciativa contou com o incentivo do filho, Antony de Alcântara, que faz questão de acompanhar cada detalhe.
“Agiliza muito o atendimento, agora até conseguimos ‘respirar’ dentro do trailer. A correria diminuiu, o serviço ficou mais organizado e os clientes estão adorando”, conta Dora, entre um sorriso e outro.
A ideia surgiu durante uma visita a uma feira de equipamentos voltada para pasteleiros. Ao conhecer os totens de autoatendimento, o casal percebeu que poderia modernizar o negócio e, ao mesmo tempo, melhorar a experiência dos clientes.
Hoje, quem chega à barraca tem a opção de fazer o próprio pedido direto no dispositivo, sem necessidade de perguntar nada. O cardápio é digital, interativo e fácil de usar. Para quem prefere o modo tradicional, o atendimento humano continua firme e Dora garante que o contato com o público e as brincadeiras de sempre não vão acabar.
“Essa tecnologia só veio pra somar. As conversas e as risadas continuam. O pessoal até brinca chamando a gente de MC Dora”, diverte-se.
O investimento, no entanto, não foi pequeno. Cada totem custou cerca de R$ 4 mil, e contando com o desenvolvimento do software tudo ficou em torno de R$ 12 mil. Além disso, há um custo mensal de R$ 1.000 pelo aluguel do sistema. Mesmo assim, Dora e Claudemir veem o gasto como um passo necessário para o futuro.
“São investimentos que esperamos recuperar com o aumento no número de clientes e a melhoria no atendimento”, explica Claudemir.
A aposta está dando certo: 90% dos pedidos já são feitos pelos totens, o que diminui filas e otimiza o tempo de preparo. A barraca, que conta com oito colaboradores, funciona como uma pequena empresa familiar, unindo tradição e inovação.
Antony, o filho, é o responsável por auxiliar os clientes que têm mais dificuldade com a tecnologia. Ele se impressiona com a receptividade do público.
“Até os mais idosos estão animados pra usar os totens. Eles acham incrível ver essa tecnologia sendo usada na feira e sempre fazem muitos elogios”, comenta orgulhoso.
Morador no Jardim Guapituba, Carlos Eduardo é cliente fiel da barraca e gostou da inovação.
“Facilita muito pra quem quer praticidade e agilidade. O sistema é intuitivo, muito fácil. Gostei bastante”, destaca.
Mais do que uma modernização, o projeto representa um salto de mentalidade empreendedora. Dora sonhava em levar para a feira o mesmo conforto e agilidade dos restaurantes modernos.
“Eu via esses totens nos restaurantes e dizia que um dia teria igual na minha barraca. E a oportunidade chegou”, emociona-se.
Mesmo sendo uma das primeiras a adotar esse tipo de tecnologia, Dora pensa de forma coletiva e espera inspirar outros colegas.
“Tomara que outros feirantes façam o mesmo. É bom pra todo mundo e pode transformar nossas feiras em referência.”
									 
					
    
    
											
    





