A Prefeitura de Diadema, por meio da Fundação Florestan Fernandes (FFF) e da Organização CIDAP, realizou no auditório da escola a aula inaugural do curso destinado a bolsistas do Programa Nosso Bairro Melhor. Atualmente, o projeto atende 224 beneficiários. Metade do grupo participou no período da manhã, enquanto a outra compareceu à tarde.
Este já é o segundo ano de formação do Programa Nosso Bairro Melhor. Essa turma agora vai aprender sobre “Manutenção e Pequenos Reparos Residenciais”. Durante as aulas serão ensinados serviços básicos de elétrica, hidráulica, alvenaria e pintura, além de aprendizados de cidadania, educação ambiental e outros temas importantes.
No ano passado, os mesmos bolsistas passaram por duas formações profissionais. No primeiro semestre fizeram o curso de “Auxiliar de Conservação e Preservação Ambiental”. Depois disso, a turma fez aulas de “Auxiliar de Jardinagem”.
Criado pela Prefeitura de Diadema e aprovado pela Câmara Municipal, conforme Lei nº 4.068/2021, o Programa Nosso Bairro Melhor também tem um caráter social. O projeto consiste na contratação de bolsistas para serviços de manutenção e limpeza dos bairros, mas também determina que parte da carga horária de trabalho seja dedicada à formação e qualificação profissional. O contrato é de dois anos de duração.
O trabalho dos bolsistas é coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Urbanos. Mas todos contam com o apoio e envolvimento das demais pastas da Prefeitura. O grupo está dividido em equipes por bairros: Taboão, Campanário, Paineiras, Canhema, Centro, Conceição, Piraporinha, Nogueira, Casa Grande, Serraria, Inamar e Eldorado.
Aula inaugural
Para falar aos bolsistas sobre “Cidadania e sustentabilidade. Caminhos em construção”, a FFF convidou como palestrante o ex-prefeito de Diadema Mário Reali, que é arquiteto e urbanista com larga experiência no serviço público e recentemente assumiu a função de Diretor Executivo do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC.
Em sua exposição, Reali abordou vários aspectos técnicos, políticos e sociais da construção civil, respondeu perguntas e também aconselhou e orientou que os bolsistas devem aproveitar o curso para serem profissionais responsáveis, competentes e qualificados.
“Vocês devem sempre aproveitar as oportunidades para aprender e se atualizar e se capacitar cada vez mais no mercado de trabalho. Tudo isso é muito importante, mas lembrem-se sempre de promover e exercitar sempre a cidadania consciente”, orientou Mário Reali.
Cerimônia de abertura
Em seus pronunciamentos, na parte da manhã, várias autoridades agradeceram o empenho e dedicação dos bolsistas na limpeza e conservação dos bairros, tornando a cidade mais bonita, apresentável e segura. Outro destaque apontado foi a importância desse trabalho para que a cidade enfrentasse com mais tranquilidade as intensas chuvas que castigaram o município.
Com as ruas mais limpas, a grande quantidade de água tem conseguido escoar sem causar maiores danos. Felizmente, até agora a cidade não apresentou vítimas nem desabrigados.
A prefeita em exercício, Patty Ferreira, prestigiou o evento. “Estou feliz porque estamos começando o mês dedicado às mulheres e o Nosso Bairro Melhor é uma política pública que valoriza um grande número de bolsistas femininas“.
O presidente da FFF e anfitrião do evento, Maninho, apontou para a essência do Programa Nosso Bairro Melhor. “É um projeto que traduz a marca do Governo Filippi, pois desde a concepção se expressa pelo entendimento de que ninguém faz nada sozinho”.
Também estiveram no ato, os secretários municipais Vaguinho (Meio Ambiente e Serviços Urbanos), Luciana Avelino (Esporte e Lazer); a coordenadora da CIDAP, Clara Otsuki; o coordenador de Políticas de Cidadania e Diversidades, Robson de Carvalho; vereadora Lilian Cabrera; entre outros.
Durante o evento, a representante dos bolsistas foi Shirlene Pereira da Silva, 40 anos, natural da cidade e moradora do bairro Eldorado. Simbolicamente, ela recebeu o primeiro kit básico de material escolar para utilizar nos estudos do programa.
Casada e mãe de três filhos, Shirlene trabalhou por muitos anos como cozinheira, mas não completou o ensino fundamental e contou que tem consciência de que precisa retomar os estudos. Avaliando o Programa da Prefeitura, ressaltou que aprendeu muita coisa boa no primeiro ano de formação. “Adorei o curso de jardinagem e de informática, mas também gostei e aprendi a ser mais tolerante e sociável com pessoas diferentes de mim. Isso ajuda até na vida familiar”, disse Shirlene.
Ela afirmou ainda que tem grande expectativa com esse curso na área de construção civil porque deseja fazer por conta própria alguns melhoramentos na sua residência. Para finalizar, Shirlene aproveitou a oportunidade e fez uma reivindicação na qualidade de mulher bolsista. “Ferramenta de trabalho como enxada, por exemplo, precisa ser mais leve para não judiar demais de nós mulheres”, reivindicou.