A Polícia Militar prendeu cinco integrantes de uma organização criminosa suspeitos de envolvimento na lavagem de dinheiro de uma facção usando duas empresas de ônibus responsáveis pelo transporte de cerca de 700 mil passageiros na cidade de São Paulo. A Operação Fim da Linha contou com 340 policiais, do Batalhão de Choque, que apoiaram o Ministério Público (MP) no cumprimento dos mandados de prisão e busca deflagrados nesta terça-feira (9).
Conforme as investigações do Grupo de Atuação Especial ao Crime Organiza (Gaeco), os envolvidos usavam a exploração do serviço de transporte público por ônibus para “legalizar” valores provenientes de tráfico de drogas, roubos e outros delitos praticados pela facção criminosa, além de ocultar o patrimônio do bando.
“Foram meses de trabalho para que essa ação fosse materializada, sendo cumpridos na data de hoje mandados de busca e de prisão realizados pelo Gaeco e agentes do serviço de inteligência da PM. Essa parceria com o Ministério Público, Cade e Receita Federal ganha mais robustez para asfixiar financeiramente o crime organizado no Estado de São Paulo”, disse o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. “É inaceitável que chefes de facção figurem como grandes empresários.”.
Durante a coletiva de imprensa, realizada na sede do MP, as autoridades destacaram o trabalho integrado entre as forças de segurança com outros órgãos para combater a lavagem de capitais e asfixiar financeiramente os membros do crime organizado. As informações obtidas durante as investigações tiveram a colaboração do Centro de Inteligência da PM, que forneceu dados que embasaram as buscas e as prisões realizadas hoje.
No total, foram cumpridos 52 mandados de busca, quatro mandados de prisão e cinco de medidas cautelares. Cinco pessoas foram presas, sendo uma em flagrante por porte ilegal de armas. Os policiais militares conseguiram apreender 11 armas, sendo dois fuzis e uma submetralhadora, mais de 800 munições, joias, barras de ouro, computadores, celulares, além de R$ 161 mil em espécie.
A Justiça determinou o afastamento dos gestores das duas empresas, que prestam o serviço nas zonas sul e leste da capital paulista. Também houve o bloqueio de R$ 600 milhões das contas dos investigados para reparar eventuais danos, além da apreensão de um helicóptero, veículos, lanchas e motos aquáticas.
A Operação Fim da Linha é realizada de forma integrada entre o Ministério Público de São Paulo, através do Grupo de Atuação Especial ao Crime Organizado (Gaeco), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Receita Federal.
Operação Impacto na capital
Para que não haja prejuízo na circulação dos ônibus em São Paulo, a Polícia Militar desencadeou a Operação Impacto em todo o município, com foco nas zonas sul e leste. A ação será realizada de forma preventiva para garantir a segurança dos passageiros e impedir possíveis prejuízos na prestação do serviço.
Haverá também policiamento específico nas garagens para dar segurança aos trabalhadores e garantir que os ônibus circulem normalmente.
“Quando combatemos o crime organizado, também combatemos os crimes de ruas como roubos e furtos. Vamos continuar trabalhando para achar os líderes dessas associações criminosas e impedir que o crime organizado tenha territórios estabelecidos no estado”, disse o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Cássio de Freitas.