Alunos, professores e funcionários do Centro Universitário FMABC realizarão nesta quarta-feira (24), a partir das 9 horas, um protesto em frente ao Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André.
A manifestação foi convocada para exigir os direitos da instituição de ensino em relação a sua mantenedora, a Fundação do ABC, que na última semana encerrou de forma abrupta e unilateral o contrato que garantia que a FMABC gerenciasse a Clínica Médica do hospital.
Além disso, foi anunciada rapidamente pela Fundação a substituição por uma empresa sem experiência na área educacional para o gerenciamento da disciplina, sem consulta prévia aos representantes da FMABC, responsáveis pela garantia da excelência acadêmica.
Na última segunda-feira a mantenedora anunciou um retorno temporário do profissional às suas funções o que não satisfaz os alunos e professores, visto que não se trata de uma solução definitiva.
O Hospital conta com um grande número de residentes e alunos do quinto e do sexto ano de Medicina, que por conta da ruptura não terão a devida supervisão e orientação profissional. A troca de comando é considerada extremamente prejudicial do ponto de vista acadêmico, já que o atendimento promovido pela disciplina é fundamental para a formação dos alunos e avaliada positivamente pela população.
Nos últimos dias os integrantes do Conselho Universitário da instituição, formado por representantes dos alunos, professores e funcionários, lançaram notas de repúdio às ações da Fundação, de seu presidente e da direção do Mário Covas, denunciando o afastamento dos serviços de várias disciplinas da FMABC no Hospital.
O episódio é considerado mais um ato prejudicial da mantenedora em relação ao Centro Universitário FMABC, instituição que atua pelo ensino e pela saúde da região há mais de 50 anos. Em março, a comunidade acadêmica se mobilizou em um protesto pela autonomia universitária, reunindo mais de 500 pessoas em frente à Fundação do ABC.
Nos últimos meses, alunos, docentes e funcionários da FMABC têm denunciado o autoritarismo, as intervenções e a falta de investimentos e esforços para garantir campos de estágio por parte da Fundação do ABC, além das tentativas de controlar as operações do ambulatório e do laboratório de análises clínicas da instituição de ensino.