As escolas municipais de Diadema estão realizando o processo de escolha dos seus Conselhos Curumins, colegiados que reúnem estudantes de 3 a 7 anos que vão, em conjunto e através de reuniões, identificar as demandas e necessidades da escola para sugerir melhorias e mudanças. Os Conselhos Curumins e Grêmios Curumins (para estudantes de 8 a 11 anos) foram instituídos por meio da Lei 4269/22, que especifica a natureza, a finalidade, a composição e o funcionamento dos colegiados escolares de gestão democrática das unidades educacionais da rede municipal da cidade.
Em todas as unidades escolares, os conselheiros eleitos devem tomar posse até o dia 31 de março. Na Emeb Jorge Ferreira, na Vila Elida, os 155 estudantes escolheram nesta quinta-feira (16) os 24 novos conselheiros curumins, que terão mandato de um ano. Em cada uma das três salas, foram escolhidos dois conselheiros e dois suplentes, totalizando 12 para o período da manhã e 12 para o período da tarde. A eleição foi feita por meio de cédulas onde constavam o nome e a foto dos candidatos e os estudantes as depositaram em uma urna oficial, cedida pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). As professoras explicaram detalhadamente, antes, qual o papel dos conselheiros.
“Em todas as escolas esse processo já começou, alguns já vão dar posse aos novos conselheiros”, explicou a secretária de Educação de Diadema, Ana Lucia Sanches. “A gente começou o ano passado a implementar os colegiados e tem sido muito importante a participação dos estudantes no processo de construção da educação da cidade”, completou.
E quem pensa que as crianças, por terem pouca idade, não sabem o que fazer, se enganam. Tiffany Ferreira Oliveira, 5 anos, foi candidata no ano passado e neste ano se candidatou novamente. “Se eu for conselheira vou pedir para pintar a parede do pátio”, prometeu. Também com 5 anos, Maria Alice Rodrigues Braga Domingos disse que escolheu votar na sua melhor amiga e que um conselheiro curumim “tem que falar o que ele gosta e fazer seu trabalho, que é cuidar do planeta.”
A diretora da Emeb Jorge Ferreira, Simone Gonçalves da Silva, destacou que todos os estudantes se envolveram no processo de escolha dos conselheiros e que a experiência do ano passado mostrou que eles estão atentos a todas as reivindicações feitas. “No ano passado eles pediram durante uma reunião uma festa do pijama para o encerramento do ano, lanche com cachorro quente que eles mesmos prepararam e pizza na semana das crianças, e eles nos cobram até que a demanda seja atendida”, pontuou. Ao todo, 44 alunos se candidataram na escola. Entre os 24 eleitos, três vão cumprir um segundo mandato.
Ana Lucia explicou, ainda, que nem todas as demandas podem ser atendidas – um estudante, por exemplo, pediu que a escola fosse de algodão doce – e que conversar com as crianças e explicar o que pode e não pode ser realizado também é uma forma de educar para as frustrações. “Aqui eles entendem que algumas coisas vão demorar mais e outras não poderão ser feitas, esse também é um aprendizado”, concluiu.