Os programas de incentivo ao empreendedorismo do Governo de São Paulo liberaram mais de R$ 395 milhões em crédito para micro, pequenas e médias empresas nos primeiros seis meses do ano
A Desenvolve SP, agência de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, emprestou R$ 273,1 milhões para 861 empresas por meio das mais de 30 linhas de crédito divididas entre agro, inovação, sustentabilidade, maquinário e equipamentos, capital de giro e Desenvolve Mulher, entre outros.
E o Banco do Povo Paulista, voltado para o Microcrédito Produtivo também mantido pela SDE, e que financiou este ano R$ 122,8 milhões por meio de diversos programas como Empreenda Rápido, Empreenda Mulher, Linha Litoral Norte e Empreenda Afro.
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Vocação social
Por meio das linhas segmentadas, a Desenvolve SP consegue impulsionar setores que mais precisam de apoio, como projetos de sustentabilidade ou geridos por mulheres. Neste ano, a agência disponibilizou R$ 50 milhões em uma linha de crédito exclusiva para mulheres administradoras de empresas.
“São nichos e setores nos quais as falhas do mercado de crédito comum são mais visíveis. A dificuldade de conseguir crédito, especialmente para mulheres com projetos inovadores e de vanguarda, mostra como a Desenvolve SP quebra esse paradigma, apoiando e incentivando esses setores do empreendedorismo”, diz o diretor-presidente Ricardo Brito.
Além disso, foram disponibilizados até R$ 350 milhões a gestores públicos, micro e pequenos empresários das seis cidades que ficaram em situação de calamidade por causa das fortes chuvas no litoral paulista durante o carnaval.
De acordo com Brito, o principal diferencial das linhas de crédito da Desenvolve SP está nas condições de prazo e carência. “Estamos falando de linhas de crédito que contam com prazo entre 60 e 120 meses para pagar e carência de 12 a 36 meses para dar início ao pagamento. Além disso, nossas taxas de juros também são competitivas”, explica o diretor.
Foco nos pequenos
O foco do Banco do Povo é atender justamente quem não tem acesso a um banco comercial, explica o diretor-executivo Marcos Wolff. Por isso, os valores disponibilizados começam a partir de R$ 200 e vão até R$ 21 mil.
E mesmo as menores quantias fazem muita diferença nos pequenos negócios. Segundo Wolff, há empreendedores que precisam do dinheiro para comprar formas de confeitaria ou ração animal, por exemplo.
Além disso, a operação é crucial principalmente nos municípios menores, em que os empreendedores são parte importante da economia local. “Nós temos esse trabalho com o informal, seja empreendedor ou produtor rural. Mas sempre buscamos, por meio dos quase 700 agentes de crédito que temos nos municípios, que a pessoa se regularize, se torne um MEI [microempreendedor individual] e tenha acesso a outras linhas”, diz Wolff.
A taxa de juros do banco é a partir de 0,35% ao mês, com uma taxa de sustentabilidade do fundo de 1% para informais e que é paga apenas no ato do empréstimo. O juro fica bem abaixo de outras opções, inclusive de microcréditos como do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).
O Banco do Povo também incentiva a formação dos empreendedores por meio dos requisitos mínimos exigidos para a liberação do crédito, já que um deles é a apresentação do certificado do curso de capacitação.
De acordo com o Sebrae, 180 mil vagas de cursos foram abertas no 1º semestre em parceria com o estado, por meio do programa Empreenda Rápido, com cursos técnicos e rápidos, online ou presenciais.