O programa da rede municipal de ensino Almoço na Escola, na EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Leandro Klein, localizada no Bairro Nova Gerty, ganhou um importante ingrediente: a consciência ambiental. Com o projeto Raspei o prato – e ajudei a salvar o planeta, a escola busca evitar o desperdício de alimentos, orientando seus alunos a se servirem da quantidade que pretendem realmente consumir.
Com essa iniciativa, em menos de dois meses de projeto a escola já reduziu em cerca de 70% a quantidade de alimentos descartados diariamente nos almoços servidos pela escola.
A diretora, Adriana Putini Assi, conta que a escola conseguiu esse resultado ao envolver diretamente os alunos no processo de conscientização. “O projeto começou com o olhar cuidadoso da coordenadora pedagógica Rosângela Torres, que acompanhou os alunos por um mês, observando como era o comportamento durante as refeições. Então, foram selecionados cinco alunos que se alimentam bem e não desperdiçam alimentos para orientarem os colegas”, disse a diretora.
Esses monitores, do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, são chamados de “detetives” e têm a incumbência de observar comportamentos de potencial desperdício, sobretudo na hora em que as crianças estão se servindo de arroz e feijão (a proteína e acompanhamentos são servidos pelas merendeiras). Segundo a coordenadora Rosângela, uma simples pergunta – “você vai pegar mesmo outra concha de arroz?”, por exemplo – pode ser o suficiente para fazer a criança repensar uma ação que, antes, ela fazia automaticamente, sem prestar atenção.
Nesta sexta-feira (7/10), o caçula dentre os detetives, Pietro dos Santos (6 anos), foi incumbido de distribuir folhetos informativos sobre a campanha. Ao chegar na fila para o almoço, já foi reconhecido e saudado pelos colegas. Nicole Prado, do 5º ano, fez questão de dizer que come tudo e não joga nada fora. Para Rebeca Lopes, do 4º ano, evitar desperdício é importante, porque “tem criança que passa fome.”
“Queremos promover uma mudança de atitude que as crianças possam levar para casa também”, explicou a coordenadora Rosângela. Assim, já estão programadas minipalestras sobre questões ambientais e sociais que envolvem a questão do consumo e descarte de alimentos.
Segundo Adriana, o projeto começou com o Ensino Fundamental I, do 1º ao 5º ano, mas deve ser estendido para outras séries, com diferentes abordagens pedagógicas, adequadas às demais faixas etárias.
ALMOÇO NA ESCOLA
O programa Almoço na Escola foi implantado em setembro de 2019 para contribuir com o aprimoramento da qualidade de ensino da rede municipal. As escolas de meio período passaram a oferecer almoço para os alunos, além da merenda já fornecida no seu período de estudo. Quem estuda de manhã pode ficar para o almoço após as aulas, e quem estuda à tarde pode chegar mais cedo e almoçar antes de ir para a sala. Além de proporcionar uma alimentação equilibrada aos estudantes, o programa contribui com o orçamento das famílias e dá suporte às aulas de reforço e às atividades pedagógicas que as escolas oferecem no contraturno.
SIMPÓSIO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
No dia 13 de outubro, o Cecape (Centro de Capacitação de Profissionais da Educação) Drª Zilda Arns, receberá o I Simpósio de Alimentação de São Caetano do Sul. O evento será promovido pelo CAE (Conselho de Alimentação Escolar), órgão composto por representantes do poder público e sociedade civil com a incumbência de fiscalizar a execução do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar).
O simpósio é destinado a educadores, professores, pais e alunos de escolas de São Caetano do Sul. Não é necessário fazer inscrição prévia. No dia 13 de outubro, a partir das 9h, basta comparecer ao auditório do Cecape (Rua Tapajós, 300, Bairro Barcelona).
No evento, os membros do CAE irão esclarecer como atua o PNAE e fazer uma apresentação do trabalho que desenvolvem em São Caetano. Haverá também uma breve palestra sobre a importância da nutrição correta para o desenvolvimento infantil.