Após reativar o Centro Integrado de Monitoramento e instalar 350 câmeras nos tótens de vigilância e nas escolas municipais, a Prefeitura de Diadema o trabalho do Observatório Municipal de Segurança Pública. Diariamente, a equipe do Observatório se debruça sobre as estatísticas criminais do município a fim de definir os melhores locais e horários para as operações.
O coordenador do Observatório Municipal de Segurança Pública, inspetor da Guarda Civil Municipal (GCM) Emílio D’Angelo Junior, lembrou que o Observatório foi criado em 2003, durante o segundo governo do prefeito Filippi na cidade. “Quando ele assumiu a prefeitura, em 2001, Diadema tinha a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes do país”, recordou.
D’Angelo Junior apontou que à época, Diadema foi a primeira cidade a chamar para si a responsabilidade pela segurança pública. “Hoje em dia todas as Guardas atuam próximas às Polícias, contribuindo com o combate à criminalidade, mas há mais de 20 anos, não era assim.”
Assumindo uma cidade com a maior taxa de homicídios do País, Filippi criou uma coordenadoria de Defesa Social (que seria depois transformada em Secretaria de Defesa Social, e atualmente, de Defesa Cidadã), e dentro da coordenadoria um programa de mapeamento da violência. “Analisávamos os boletins de ocorrência para entender em que contexto esses crimes estavam acontecendo”, relatou. “Ficou claro que a maioria dos assassinatos tinham ligação com bares e ocorriam entre 23h e 6 horas da manhã.”
Os dados foram transformados em relatórios e apresentados em audiências públicas à população, que aprovou a obrigatoriedade do fechamento dos bares às 23 horas, medida aprovada por projeto de lei na Câmara Municipal em 2002. “Foi uma decisão política muito corajosa e pioneira”, destacou o inspetor, que já fazia parte da Guarda à época.
Com a queda drástica na taxa de homicídios, outros indicadores criminais passaram a ser analisados e os números norteavam as operações. Mas o trabalho do Observatório se arrefeceu por volta de 2015. O fim do convênio com o Governo Estadual para acesso aos dados do Sistema de Informações Criminais (INFOCRIM) reduziu a capacidade analítica da equipe. “Sem o acesso aos dados mais detalhados, a gente dependia dos números que a SSP divulgava com quase um mês de atraso”, relatou D’Angelo Junior.
Retomada
Desde 2021, o governo do prefeito Filippi vinha trabalhando pelo restabelecimento do convênio para acesso aos dados do INFOCRIM, e todos os entraves burocráticos e técnicos foram superados ao final de 2023. “Este ano, já retomamos o acesso e voltamos a analisar os dados, tabular, pensar as estratégias e produzir boletins diários, semanais, quinzenais e mensais”, contou o coordenador.
O comandante da GCM, Edivaldo Mendes, destacou que o cruzamento de dados das ocorrências, como horário e local dos fatos, forma de atuação dos criminosos, entre outros, colaboram para a operacionalização e otimização dos serviços prestados à população. “Esses cruzamentos, que são feitos pela equipe do Observatório, nos ajudam a direcionar as diversas operações e os patrulhamentos, garantindo mais eficiência nas nossas atividades e maior sensação de segurança por parte dos cidadãos”, concluiu.
Para o secretário de Segurança Cidadã de Diadema, Deivid Couto, o trabalho do Observatório é uma importante ferramenta que o governo passa a contar novamente. “São esses dados, analisados e interpretados por uma equipe preparada, que norteiam todo o nosso trabalho e isso faz a diferença, com certeza”, pontuou. “E tudo isso reforça o trabalho integrado que realizamos na cidade com as Polícias Militar e Civil”, finalizou.