O que fazer quando se ganha a vida nas estradas, a frota nacional de veículos automotores só cresce e o número de acidentes bate recordes?
Eis a equação que desafia os motoristas profissionais principalmente, em especial os caminhoneiros.
A frota nacional já passa de 125 milhões de veículos. Somente entre janeiro e maio de 2025, a produção nacional somou mais de 1 milhão de unidades, incluindo 55 mil caminhões e quase 13 mil ônibus, veículos que concentram boa parte da circulação em estradas.
Paralelamente a isso, o número de acidentes no Brasil em 2024, com 73.114 casos registrados, segundo o Boletim Estatístico CNT do Transporte Rodoviário, marcou um aumento de 8,1% em relação a 2023.
As ocorrências com vítimas subiram 8,2%, totalizando 61.337 casos, sendo 84.397 feridos (alta de 7,8%) e 3.153 mortos – crescimento de 9,6% em um ano.
Diante desse cenário, o Sindicato Nacional dos Cegonheiros (Sinaceg) reforça a necessidade de atenção redobrada dos motoristas, especialmente caminhoneiros, sobre as condutas que devem ser adotadas em caso de acidente.
“A legislação é clara: omissão de socorro é crime e deixar de colaborar com a preservação do local e o registro da ocorrência é infração gravíssima. A vida deve sempre vir em primeiro lugar”, afirma o presidente do Sinaceg, José Ronaldo Marques da Silva, o Boizinho.
Procedimentos fundamentais
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e órgãos como o Detran dos Estados, os motoristas devem seguir etapas fundamentais em caso de acidente: manter a calma, acionar imediatamente os serviços de emergência (Polícia Militar 190, PRF 191, SAMU 192, Bombeiros 193), sinalizar corretamente o local.
Após ligar o pisca-alerta, deve-se posicionar o triângulo em uma distância de no mínimo 30 metros. Para ampliar a segurança, orienta-se que leve em conta também a velocidade permitida na via.
Por exemplo: se a velocidade máxima for de 70 km, é bom colocar o triângulo 70 m distante do veículo – 1 metro por quilômetro de velocidade.
Um passo longo pode ser equiparado a 1m, mas é bom dar alguns a mais para uma margem de segurança.
Se for dia de chuva ou tiver neblina na pista, deve-se dobrar a distância de posicionamento do triângulo.
Também é importante preservar a cena e as vítimas até a chegada do socorro, acionar guincho quando necessário, registrar boletim de ocorrência, acionar seguro e, para aqueles que estão de passagem no local do acidente, evitar a curiosidade de parar o veículo sem necessidade.
“O motorista profissional passa mais tempo nas rodovias e, por isso, tem uma responsabilidade adicional. Saber como agir, evitar movimentar vítimas e seguir os protocolos de sinalização pode salvar vidas. É nosso dever como categoria zelar não só por nós, mas também pelos demais usuários da via”, reforça o diretor regional do Sinaceg, Márcio Galdino.
Conscientização como ferramenta
Entre as principais causas de acidentes está a sonolência ao volante, responsável por cerca de 5% das ocorrências. Além disso, falhas na condução e a imprudência no trânsito ainda figuram como fatores determinantes.
“O Sinaceg tem investido em campanhas educativas e em diálogo permanente com órgãos de trânsito para conscientizar os condutores. Acreditamos que informação e prevenção são tão importantes quanto a fiscalização para reduzir o número de vidas perdidas nas estradas”, conclui Boizinho.
Os números revelam que o crescimento da frota e a maior circulação de veículos nas estradas tornam imprescindível a atenção redobrada a cada viagem.
A consolidação de rotinas seguras, a manutenção preventiva dos equipamentos e a postura responsável dos motoristas são fatores decisivos para reduzir os índices de ocorrências.
Em um cenário de constante aumento do tráfego, preservar a vida e assegurar a continuidade do transporte é uma responsabilidade compartilhada por toda a cadeia logística.







