Por Takaharu Yamauchi
Parece ser óbvio, mas para um país que ocupa o 104º lugar entre 180 nações analisadas no índice de percepção de corrupção (IPC) elaborado pela ONG Transparência Internacional (TI) em 2023, é crucial reforçar que governos sem corrupção e com alto investimento em tecnologia podem alcançar o desenvolvimento sustentável e o bem-estar da sociedade.
No continente, o Brasil ainda é superado no ranking por Uruguai, Chile, Cuba, Colômbia e Argentina. Supera, contudo, Peru, México, Paraguai e a Venezuela, na penúltima posição (179º).
A corrupção corrói a confiança entre governo e cidadãos, desviando recursos destinados a melhorias na infraestrutura, educação e saúde. Em contraste, um governo transparente e íntegro, aliado ao investimento estratégico em tecnologia, promove inovação, crescimento econômico e inclusão social.
Tecnologias emergentes, como inteligência artificial, internet das coisas (IoT) e big data (conjunto de dados maior e mais complexo), transformam a entrega de serviços públicos, tornando-os mais eficientes e acessíveis. Além disso, investir em tecnologia impulsiona a economia digital, criando empregos e oportunidades de negócios.
A mescla de baixa corrupção e alta tecnologia é sinal de prosperidade. Não à toa, Suíça, Suécia, e Cingapura, são três das economias mais inovadoras do mundo em 2023, segundo o Índice Global de Inovação Global (IGI) da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Nesse aspecto, podemos dizer que o Brasil tem potencial de sobra, pois ocupa a 49ª posição no ranking.
O país apresenta pontuações elevadas em indicadores como serviços governamentais online (14ª posição) e participação eletrônica (11ª), situando-se entre as 15 economias mais avaliadas em ambos, impulsionado pelas ações aceleradas durante a pandemia de COVID-19. Isso significa que a oportunidade está posta, precisamos apenas de planejamento responsável.
No mundo, há inúmeros exemplos de soluções tecnológicas eficientes. Em Transporte e Mobilidade Urbana, Barcelona, na Espanha, implementou sensores para monitorar o tráfego em tempo real, otimizando semáforos e reduzindo congestionamentos.
Na segurança pública, Londres reduziu a criminalidade com câmeras de vigilância com reconhecimento facial e análise de dados, além de utilizar sistemas integrados de comunicação entre as forças de segurança para uma resposta mais rápida e coordenada às emergências.
Os resultados desses rankings, produzidos pelos melhores especialistas do mundo, e os avanços alcançados pelas cidades que implementam ações inovadoras, mostram o caminho que Brasil precisam seguir: menos corrupção e mais tecnologia.
A sociedade brasileira não aceita mais desculpas, quer ações e resultados reais. Basta vontade e capacidade de execução de quem tem a caneta na mão. Diga não à corrupção e sim à tecnologia!
*Takaharu Yamauchi é engenheiro civil, com especialização em administração e pós-graduação em gestão pública. Atualmente é presidente da SPObras, empresa municipal vinculada à Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras da prefeitura de São Paulo, além de pré-candidato a Prefeito de Diadema. Entre 2017 e 2020, também foi secretário de obras de Ribeirão Pires.