O Setembro Amarelo, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, mobiliza a sociedade desde 2013. O objetivo é reduzir o número de casos, combater tabus e oferecer apoio. A data foi criada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e reforçada pela Organização Mundial da Saúde em 2003. No Brasil, a campanha começou em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina.
Por muitos anos os veículos de comunicação foram orientados a não falar sobre o assunto. Diziam especialistas que a divulgação de casos de suicídio estimulava ainda mais os “suicidas em potencial”. O tema hoje é mais discutido, porém é preciso bastante cautela na abordagem.
Para falar sobre o assunto, o Momento Grupo OSSEL Assistência do ABC em OFF Podcast trouxe Regina Dias, diretora administrativa da OSSEL e a psicóloga Suzana Pirus, do Instituto Sou Laço, parceiro da OSSEL Assistência no atendimento das famílias enlutadas.
De acordo com a psicóloga, discutir o tema pode ajudar na prevenção de casos de suicídio e também no suporte emocional da família e amigos daqueles que tiraram suas próprias vidas. “O tema é cheio de tabus. É importante discutirmos para que as pessoas possam detectar ao seu entorno aqueles que estão em sofrimento profundo”, explica.
A profissional sugere atenção com pessoas que mudam repentinamente seus hábitos, passam a não cuidar mais de suas aparências apresentando desleixo ou mesmo as que começam a doar coisas que elas gostavam muito. “É importante salientar que o suicida não quer tirar sua vida. Ele quer se livrar da dor”, explica a profissional.
A diretora administrativa da OSSEL, Regina Diniz, explica que “quem perde um amigo ou familiar por suicídio também precisa de ajuda. “Muitas vezes a pessoa se sente culpada por não ter percebido algumas atitudes do suicida, acha que não deu a atenção adequada. E isso não é culpa de ninguém”, afirma a diretora, ao reforçar a importância da valorização da vida e a empatia para com o próximo.
Momento de emoção: o programa foi marcado por um momento de forte emoção com o depoimento da diretora Regina Diniz que comentou uma passagem de sua vida em que tentou tirar sua vida. “Eu sempre fiz tudo certo, sempre fui muito cobrada pela minha família. E em determinado momento de minha adolescência tive um namoradinho que meus pais não gostaram. Me senti tão mal com toda a pressão que senti que tomei muitos remédios e tentei tirar minha vida”, relembra.
Regina que ficou hospitalizada por dias. Emocionada, ela salientou a importância da empatia e da palavra de apoio ao próximo.
Veja a íntegra da entrevista concedida aos jornalistas Anderson Afonso, Leandro Amaral e Andréa Brock.