No mês das mulheres, comemorado em março, é importante discutir como elas estão ganhando espaço em mercados predominantemente masculinos.
É o caso da empresária Yolanda Cristina Nobile Arone. Nascida em 1980 em São Paulo, ela carrega a paixão de uma família de cegonheiros.
O pai Roberto Nobile morreu em 11 de outubro de 2016. Ele foi enterrado em 12 de outubro, dia de Nossa Senhora Aparecida. Três anos depois, a mãe Noemy Mascaro Nobile, que era pedagoga, também morreu. Yolanda diz que encontrou forças na devoção familiar a Nossa Senhora para seguir adiante no trabalho de transportar veículos.
“Desde muito nova, eu acompanhava meu pai nas estradas do Brasil, enxergando de frente os desafios do transporte rodoviário”, conta Yolanda. Casada com Alexandre Arone, Yolanda assumiu não apenas a responsabilidade da família, mas o comando da empresa Roberto Nobile Transportes, posteriormente transformada na Rallyn Transportes Ltda, em homenagem ao legado familiar.
Como mulher, em um ambiente predominantemente masculino, precisou contar com o apoio de amigos e parceiros para consolidar os negócios que o pai deixou de herança.
Yolanda foi amparada. A família sempre atuou no mercado de cegonheiros: Umberto Nobile e Gilberto Nobile, seus tios, estão no setor. Maurício Nobile, seu primo, trabalha no setor financeiro do Sinaceg (Sindicato Nacional dos Cegonheiros).
Ela diz que o início de sua entrada nesse mercado de trabalho foi “conturbado” pela falta de experiência. “Mas tive muito suporte de todos amigos e parceiros. Fui totalmente amparada por pessoas que me ensinaram todo operacional e logística de nosso setor”, afirma.
Yolanda hoje possui 3 caminhões e é diretora da Rallyn Transportes, uma empresa de pequeno porte que gerencia sozinha com o marido e conta com 3 motoristas cegonheiros. “Por ser um ambiente mais masculino, não temos muitas mulheres à frente das empresas”, ela conta.
“Acredito que nossa geração trará mais mulheres ao comando dessas empresas e seremos precursoras de outras que virão para integrar cargos importantes de decisões com sensibilidade e acima de tudo, tolerância.”
Graduada em Fisioterapia, Yolanda encontrou equilíbrio entre sua profissão, o legado dos pais e o cuidado com seus filhos, Leticia e Leonardo, este último autista que inspirou a criação de uma clínica voltada para o atendimento de pessoas especiais.
É uma iniciativa que tem contornos. “Sempre que temos campanhas de arrecadação na clínica de cestas básicas, Natal solidário, Páscoa solidária, o Sinaceg e os cegonheiros nos ajudam”, Yolanda diz.
O nome da clínica é LNA Centro Neurológico Terapêutico Multidisciplinar, em homenagem ao filho autista , Leonardo Nobile Arone.
“Na vida, temos sempre uma estrada a seguir”, a cegonheira conta. “Para superar as adversidades, aprendi a seguir sempre embasada pelo amor.”